O QUE É O PECADO?

O QUE É O PECADO?

PECA

O que é o pecado?

 

O pecado tem haver com a faculdade humana de decidir e atuar. Pecar significa querer fazer o mal. Pecar é muito mais que cometer um simples erro, como somar mal uns números. O pecado não é "ser surpreendido cometendo um crime", mas é a vontade de cometer um ato perverso. O pecado implica em Deus.

Se não existisse Deus não falaríamos de pecado, mas de erros, decisões desacertadas, falta de prudência e conveniência.

Quando pecamos, escolhemos deliberadamente ir de encontro à lei moral de Deus. A moralidade se aplica a todas as pessoas e a todas as esferas da atividade humana. Posto que a moralidade é objetiva e foi estabelecida por Deus, não temos o direito de recusá-la, trocá-la ou decidir seletivamente quais de seus princípios são válidos.

O Papa Pio XII ensinou que o maior pecado do século XX foi a perda do sentido do pecado, o qual é uma afronta à bondade e à santidade de Deus. Alguns pecados são óbvios porque se podem detectar facilmente suas desastrosas conseqüências na sociedade; por exemplo: o genocídio, a escravidão, os campos de concentração.

Porém outros pecados são mais sutis, seus efeitos daninhos estão ocultos à primeira vista.

 

O que ensina a Igreja Católica com respeito à anticoncepção?

A doutrina da Igreja Católica sobre a anticoncepção chegou a ser quase única entre os diferentes grupos religiosos. Esta situação não era assim até pouco tempo na História. Desde que surgiu o protestantismo, todas as correntes cristãs condenaram a anticoncepção.

A Igreja Católica o fez desde seu começo. Somente a Conferência Anglicana de Lambeth em 1930 rompeu a tradição cristã de vinte séculos, com a decisão de que os casais casados, por razões graves, podiam praticar a anticoncepção. Esta desastrosa posição, desde logo, foi piorando ainda mais de forma constante.

Pio XI escreveu sua encíclica sobre o casamento e a castidade conjugal, Casti Connubi, imediatamente depois da Conferência de Lambeth. Na mencionada Encíclica o Papa reiterou a condenação da anticoncepção por parte da doutrina da Igreja Católica.

Vejamos agora a encíclica do Papa Paulo VI, Humanae Vitae (HV), publicada em 1968. Nela o Papa escreve que "todo ato conjugal deve permanecer aberto à transmissão da vida" (HV 11). Aqui o Papa ensina que o aborto está total e absolutamente excluído como método de controle da natalidade, assim como também a esterilização e todo tipo de anticonceptivos e usos antinaturais do ato conjugal.

"Igualmente fica excluída toda ação que torne impossível a procriação quer seja antes do ato conjugal, durante o ato ou no desenvolvimento de suas conseqüências naturais" (HV 14). Aqui o Papa nos ensina que os dois significados essenciais do ato conjugal são o unitivo (doador de amor) e o procriador (doador de vida). Deus é o Autor de toda vida e de todo amor. Se quisermos expressar nossa sexualidade autentica, honesta e humanamente, teremos que faze-lo de acordo com o plano de Deus. A Igreja sabe que será "um sinal de contradição" num mundo que não tem fé. No entanto, a Igreja não cessa de proclamar com humilde firmeza, a lei moral em sua totalidade, tanto natural como evangélica.

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"A igreja não é a autora de tais leis; conseqüentemente, não pode ser seu árbitro, ela é somente sua depositária e interprete, sem poder nunca declarar que é lícito o que não é por sua oposição íntima e imutável ao verdadeiro bem do homem" (HV 18a.)

Em 12 de novembro de 1988 o Papa João Paulo II se dirigiu a uns 400 teólogos no II Congresso Internacional de Teologia Moral em Roma, reunidos para celebrar o XX Aniversário da publicação da Humanae Vitae. O Papa falou sobre a origem da norma moral da encíclica. "O ensinamento da Humanae Vitae não é, certamente, uma doutrina inventada pelo homem, pois que foi impressa na mesma natureza humana pela mão de Deus Criador e confirmada por Ele na Revelação.

Portanto, colocá-la em dúvida, equivale a recusar ao próprio Deus a obediência da nossa inteligência". O Papa explicou que não há exceção a esta norma. "Paulo VI quis ensinar, ao descrever o ato anticonceptivo como intrinsecamente ilícito, que a norma moral é tal que não admite exceções. Nenhuma circunstância pessoal ou social pôde, pode ou poderá jamais fazer que tal ato seja lícito.

A existência de normas particulares, em relação à maneira de atuar dos homens no mundo, as quais estão dotadas com uma força obrigatória que exclui sempre e em qualquer situação a possibilidade de exceções, constitui um ensinamento do Magistério da Igreja e da Tradição, que não podem ser matéria de discussão dos teólogos católicos" (N.5). João Paulo II também se dirigiu aos bispos em Los Angeles, Estado da Califórnia, Estados Unidos, em 16 de setembro de 1987.

Referindo-se a informações de que um grande número de católicos não tinha aderido ao ensinamento moral da Igreja sobre a anticoncepção e que mesmo assim, parece, recebe os sacramentos, o Papa disse: "Algumas vezes se proclama que o recusar a adesão ao Magistério é totalmente compatível com ser um "bom católico" e que não representa nenhum obstáculo para receber os sacramentos. Este é um grave erro que põe à prova a função de professores dos bispos nos Estados Unidos e em qualquer lugar".

Em 14 de março de 1988 o Santo Padre voltou a tratar do tema, desta vez dirigiu a palavra aos participantes da IV Conferência Internacional sobre a família na Europa e África. O Papa se referiu ao problema dos sacerdotes que estão mal situados e que praticam uma falsa "compreensão pastoral".

"Realmente não posso ficar calado ante o fato de que muitos, todavia hoje, não ajudam os casais casados nesta sua grave responsabilidade e, mais ainda, colocam grandes obstáculos em seu caminho...

isto pode levar consigo conseqüências graves e destrutivas, quando se põe em dúvida a doutrina da Encíclica, como tem acontecido algumas vezes, até com teólogos e pastores de almas.

Esta atitude, de fato, pode inspirar dúvidas com respeito a um ensinamento certo da Igreja e, desta maneira, se encobre a percepção da verdade que não admite discussão. Este não é um sinal de compreensão pastoral, mas de um equívoco com respeito ao verdadeiro bem das pessoas.

A verdade não pode basear-se em uma maioria de opiniões". Portanto, a pessoa que tenha usado anticonceptivos não pode receber a Eucaristia sem um verdadeiro arrependimento, confissão e firme propósito de corrigir-se. E se caímos no pecado, Deus sempre nos perdoará, se nos arrependermos com sinceridade, nos confessarmos e tratarmos de viver uma vida cristã.

Não tem sentido receber o próprio Autor de toda a vida e de todo amor na Eucaristia e ao mesmo tempo, conscientemente, estar indo de encontro ao dom de Deus da fertilidade e correr o risco de abortar, nas primeiras etapas da gravidez, um dos filhos ou filhas de Deus.