FABULAS FAVORITAS

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DFG

O RATINHO, O GATO E O GALO

 

Certa manhã, um ratinho saiu do buraco pela primeira vez. Queria conhecer o mundo e travar relações com tanta coisa bonita de que falavam seus amigos. Admirou a luz do sol, o verdor das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. E acabou penetrando no quintal duma casa da roça. — Sim senhor! É interessante isto! Examinou tudo minuciosamente, farejou a tulha de milho e a estrabaria. Em seguida, notou no terreiro um certo animal de belo pêlo, que dormia sossegado ao sol. Aproximou-se dele e farejou-o, sem receio nenhum. Nisto, aparece um galo, que bate as asas e canta. O ratinho, por um triz, não morreu de susto. Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a toca. Lá contou à mamãe as aventuras do passeio. — Observei muita coisa interessante — disse ele. — Mas nada me impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um, de pêlo macio e ar bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos da nossa gente; e lamentei que estivesse a dormir impedindo-me de cumprimentá-lo. O outro... Ai, que ainda me bate o coração! O outro era um bicho feroz, de penas amarelas, bico pontudo, crista vermelha e aspecto ameaçador. Bateu as asas barulhentamente, abriu o bico e soltou um co-ri-có-có tamanho, que quase caí de costas. Fugi com quantas pernas tinha, percebendo que devia ser o famoso gato, que tamanha destruição faz no nosso povo. A mamãe rata assustou e disse: — Como te enganas, meu filho! O bicho de pêlo macio e ar bondoso é que é o terrível gato. O outro, barulhento e espaventado, de olhar feroz e crista rubra, filhinho, é o galo, uma ave que nunca nos fez mal. As aparências enganam. Aproveita, pois, a lição e fica sabendo que: Quem vê cara não vê coração. Monteiro Lobato

 

OS VIAJANTES E O URSO

 

Dois homens viajavam juntos, quando, de repente, surgiu um urso de dentro da floresta e parou diante deles, urrando. Um dos homens tratou de subir na árvore mais próxima e agarrar-se aos ramos. O outro, vendo que não tinha tempo para esconder-se, deitou no chão, esticado, fingindo de morto, porque ouvira dizer que os ursos não tocam em homens mortos. O urso aproximou-se, cheirou o homem deitado e voltou para a floresta. Quando a fera desapareceu, o homem da árvore desceu apressadamente e disse ao companheiro: — Vi o urso a dizer alguma coisa no teu ouvido. Que foi que ele disse? — Disse que eu nunca viajasse com um medroso. Na hora do perigo é que se conhecem os amigos. (Versão de Guilherme Figueiredo)

 

O LOBO E O BURRO

 

Um burro estava comendo, quando viu um lobo escondido espiando tudo que ele fazia. Percebendo que estava em perigo, o burro imaginou um plano para salvar a sua pele. Fingiu que era aleijado e saiu mancando com a maior dificuldade. Quando o lobo apareceu, o burro todo choroso contou que tinha pisado num espinho pontudo. — Ai, ai, ai! Por favor, tire o espinho de minha pata! Se você não tirar, ele vai espetar sua garganta, quando você me engolir. O lobo não queria se engasgar na hora de comer seu almoço, por isso. Quando o burro levantou a pata, ele começou a procurar o espinho com todo cuidado. Nesse momento, o burro deu o maior coice de sua vida e acabou com a alegria do lobo. Enquanto o lobo se levantava todo dolorido, o burro galopava satisfeito para longe dali. Cuidado com os favores inesperados.

 

O LEÃO E O MOSQUITO

 

Um leão ficou com raiva de um mosquito que não parava de zumbir ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não deu a mínima. — Você está achando que vou ficar com medo de você, só porque você pensa que é rei? — disse ele altivo e, em seguida, voou para o leão e deu uma picada no seu focinho. Indignado, o leão deu uma patada no mosquito, mas a única coisa que conseguiu foi arranhar-se com as próprias garras. O mosquito continuou picando o leão, que começou a urrar como um louco. No fim, exausto, enfurecido e coberto de feridas provocadas por seus próprios dentes e garras, o leão se rendeu. O mosquito foi embora zumbindo, para contar a todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou direto numa teia de aranha. Ali, o vencedor do rei dos animais encontrou seu triste fim, comido por uma aranha minúscula. Muitas vezes, o menor de nossos inimigos é o mais terrível.

 

A GANSA DOS OVOS DE OURO

 

Um homem e sua mulher tinham a sorte de possuir uma gansa que todos os dias punha um ovo de ouro. Mesmo com toda essa sorte, eles acharam que estavam enriquecendo muito devagar, que assim não dava... Imaginando que a gansa devia ser de ouro por dentro, resolveram matá-la e pegar aquela fortuna toda de uma vez. Só que, quando abriram a barriga da gansa, viram que por dentro ela era igualzinha a todas as outras. Foi assim que os dois não ficaram ricos de uma vez só, como tinham imaginado, nem puderam continuar recebendo o ovo de ouro que todos os dias aumentava um pouquinho a sua fortuna. Não tente forçar demais a sorte.

 

O VENTO E O SOL

 

— Sei como decidir nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante tirar o casaco será o mais forte. Você começa — propôs o sol, retirando-se para trás de uma nuvem. O vento começou a soprar com toda força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desolado, o vento se retirou. O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o seu esplendor sobre o homem, que logo sentiu calor e despiu o paletó.

 

A RÃ E O TOURO

 

Um grande touro passeava pela margem de um riacho. A rã ficou com muita inveja de seu tamanho e de sua força. Então, começou a inchar, fazendo enorme esforço, para tentar ficar tão grande quanto o touro. Perguntou às companheiras do riacho se estava do tamanho do touro. Elas responderam que não. A rã tornou a inchar e inchar, ainda assim, não alcançou o tamanho do touro. Pela terceira vez, a rã tentou inchar. Mas fez isso com tanta força que acabou explodindo, por culpa de tanta inveja.

 

O RATO DO MATO E O RATO DA CIDADE

 

Um ratinho da cidade foi uma vez convidado para ir à casa de um rato do campo. Vendo que seu companheiro vivia pobremente de raízes e ervas, o rato da cidade convidou-o a ir morar com ele: — Tenho muita pena da pobreza em que você vive — disse. — Venha morar comigo na cidade e você verá como lá a vida é mais fácil. Lá se foram os dois para a cidade, onde se acomodaram uma casa rica e bonita. Foram logo à despensa e estavam muito bem, se empanturrando de comidas fartas e gostosas, quando entrou uma pessoa com dois gatos, que pareceram enormes ao ratinho do campo. Os dois ratos correram espavoridos para se esconder. — Eu vou para o meu campo — disse o rato do campo, quando o perigo passou. — Prefiro minhas raízes e ervas na calma, às suas comidas gostosas com todo esse susto. Mais vale magro no mato que gordo na boca do gato

 

AS ÁRVORES E O MACHADO

 

Havia uma vez um machado que não tinha cabo. As árvores então resolveram que uma delas lhe daria a madeira para fazer um cabo. Um lenhador, encontrando o machado de cabo novo, começou a derrubar a mata. Uma árvore disse à outra: — Nós mesmas é que temos culpa do que está acontecendo. Se não tivéssemos dado um cabo ao machado, estaríamos agora livres dele.

 

O CARVALHO E O CARNIÇO

 

O carvalho, que é sólido e impotente, nunca se curva com o vento. Vendo que o caniço se inclinava todo, quando o vento passava, o carvalho lhe disse: — Não se curve! Fique firme, como eu faço. O caniço respondeu: — Você é forte, pode ficar firme. Eu, que sou fraco, não consigo. Veio então um furacão. O carvalho, que enfrentou a ventania, foi arrancado com raízes e tudo. Já o caniço se dobrou todo, não opôs resistência ao vento e ficou em pé.

 

O LOBO E O CÃO

 

Certo dia, um Lobo só pele e osso encontrou um cão gordo, forte e com o pêlo muito lustroso. Via-se bem que não passava fome. O Lobo, admirado, quis saber onde é que ele conseguia obter tanta comida. - Se me seguires, ficarás tão forte como eu - respondeu o cão. - O homem dar-te-á restos saborosos. - Mas o que preciso de fazer em troca? - quis saber o Lobo. - Muito pouco, na verdade - respondeu o Cão. - Uivar aos intrusos, agradar ao dono e adular os seus amigos. Só por isto receberás carne e outras iguarias muito bem cozinhadas. De vez em quando, receberás também festas no dorso. O Lobo ficou encantado com a ideia e meteram-se ambos ao caminho. A dada altura, o Lobo reparou que o cão tinha o pescoço esfolado. - O que tens no pescoço? - perguntou. - Nada de grave. É da argola com que me prendem - explicou o Cão. - Preso? Então não podes correr quando queres? - exclamou o Lobo. - Esse é um preço demasiado elevado: não troco a minha liberdade por toda a comida do mundo. Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode para bem longe dali. Moral da história: Moral da história: A tua liberdade não tem preço.

 

O URSO E AS ABELHAS

 

Um urso topou com uma árvore caída que servia de depósito de mel para um enxame de abelhas. Começou a farejar o tronco quando uma das abelhas do enxame voltou do campo de trevos. Adivinhando o que ele queria, deu uma picada daquelas no urso e depois desapareceu no buraco do tronco. O urso ficou louco de raiva e se pôs a arranhar o tronco com as garras na esperança de destruir o ninho. A única coisa que conseguiu foi fazer o enxame inteiro sair atrás dele. O urso fugiu a toda velocidade e só se salvou porque mergulhou de cabeça num lago. Moral: Mais vale suportar um só ferimento em silêncio que perder o controle e acabar todo machucado.

 

FÁBULA DE ESOPO.

 

OS TRÊS LEÕES

 

Numa determinada floresta havia três leões. Um dia, o macaco, representante eleito dos animais súditos, fez uma reunião com toda a bicharada da floresta e disse: – Nós, os animais, sabemos que o leão é o rei dos animais, mas há uma dúvida no ar: existem três leões fortes. Ora, a qual deles nós devemos prestar homenagem? Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei? Os três leões souberam da reunião e comentaram entre si: – É verdade, a preocupação da bicharada faz sentido. Uma floresta não pode ter três reis, precisamos saber qual de nós será escolhido. Mas como descobrir? Essa era a grande questão: lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado. De novo, todos os animais se reuniram para discutir uma solução para o caso. Depois de usarem técnicas de reuniões do tipo “brainstorming”, eles tiveram uma idéia excelente. O macaco se encontrou com os três felinos e contou o que eles decidiram: – Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema. A solução está na Montanha Difícil. – Montanha Difícil? Como assim? – É simples, ponderou o macaco. Decidimos que vocês três deverão escalar a Montanha Difícil. O que atingir o pico primeiro será consagrado o rei dos reis. A Montanha Difícil era a mais alta entre todas naquela imensa floresta. O desafio foi aceito. No dia combinado, milhares de animais cercaram a Montanha para assistir a grande escalada. O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. Os animais estavam curiosos e impacientes, afinal, qual deles seria o rei, uma vez que os três foram derrotados? Foi nesse momento que uma águia sábia, idosa na idade e grande em sabedoria, pediu a palavra: – Eu sei quem deve ser o rei!!! Todos os animais fizeram um silêncio de grande expectativa. – A senhora sabe, mas como? todos gritaram para a águia. – É simples – confessou a sábia águia – eu estava voando entre eles, bem de perto e, quando eles voltaram fracassados para o vale, eu escutei o que cada um deles disse para a montanha. O primeiro leão disse: – Montanha, você me venceu! O segundo leão disse: – Montanha, você me venceu! O terceiro leão também disse: – Montanha, você me venceu, por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final, e eu estou crescendo. – A diferença – completou a águia – é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior que seu problema: é rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos outros. Os animais da floresta aplaudiram entusiasticamente ao terceiro leão que foi coroado rei entre os reis. Moral da história: Não importa o tamanho dos problemas ou dificuldades que você tenha. Seus problemas, na maioria das vezes, já atingiram o clímax, já estão no nível máximo - mas você não. Você ainda está crescendo. Você é maior que todos os seus problemas juntos. Você ainda não chegou ao limite do seu potencial. (La Fontaine)

 

O LOBO E O CORDEIRO

 

Certa vez, um lobo estava bebendo água num riacho. Um cordeirinho chegou e também começou a beber, um pouco mais para baixo. O lobo arreganhou os dentes e disse ao cordeiro: - Como é que você tem a ousadia de vir sujar a água que estou bebendo? - Como sujar? – respondeu o cordeiro – A água corre daí para cá, logo eu não posso estar sujando sua água. - Não me responda! – tornou furioso. –Pois sei que você estragou o meu pasto – replicou o lobo sem perder o rebolado. - Como é que posso ter estragado seu pasto, se nem dentes eu tenho? – respondeu o humilde cordeiro. - Além disso – rosnou o lobo – fiquei sabendo que você andou falando mal de mim há um ano. - Como poderia falar mal do senhor há um ano, se sequer completei um ano? O lobo, não tendo mais como culpar o cordeiro, usou sua razão de animal esfomeado e não disse mais nada: pulou sobre o pescoço do pobre animalzinho e o devorou. Moral da história: Contra a força não há argumentos.

 

A RAPOSA E O CORVO

 

O corvo conseguiu arranjar um pedaço de queijo em algum lugar. Saiu voando, com o queijo no bico, até pousar numa árvore Quando viu o queijo, a raposa resolveu se apoderar dele. Chegou ao pé da árvore e começou a bajular o corvo: — Ó senhor corvo! O senhor é certamente o mais belo dos animais! Se souber cantar tão bem quanto a sua plumagem linda, não haverá ave que possa se comparar ao senhor. Acreditando nos elogios, o corvo pôs-se imediatamente a cantar para mostrar sua linda voz. Mas, ao abrir o bico, deixou cair o queijo. Mais que depressa, a raposa abocanhou o queijo e foi embora.

 

A CIGARRA E AS FORMIGAS

 

Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente, apareceu uma cigarra: — Por favor, formiguinhas, me dêem um pouquinho de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer. As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram: — Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno? — Para falar a verdade, não tive tempo — respondeu a cigarra. — Passei o verão cantando! — Bom. Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando? — disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada.